No mundo das consolas portáteis vem passando por muitas transformações. A maior delas talvez seja a concorrência com os smartphones e tablets, que evoluíram rapidamente e acabaram se transformando — quase sem querer — em uma plataforma de jogos incrivelmente poderosa.
O salto de poder dos aparelhos proporcionou, em poucos anos, uma evolução que as consolas portáteis precisaram de muito mais tempo para atingir, tanto em poderio gráfico quanto em qualidade das bibliotecas. Tudo evolui tão rápido que temos a sensação de estarmos constantemente desactualizados.
Actualmente, existem dois tipos de consolas portáteis disputando a liderança no mercado. De um lado, o Nintendo 3DS, que lidera o segmento com as suas franquias e os seus personagens que insistem em não apresentar cansaço mesmo depois de tantos anos.
Do outro lado, temos o PS Vita, da Sony, que oferece muito mais tecnologia e poder que o concorrente, mas não consegue criar uma biblioteca de jogos tão atraente quando a Nintendo — consequentemente, não obtendo o mesmo sucesso.
Se já não fosse suficiente essas duas consolas lutassem entre si para conquistar o consumidor, agora eles precisam competir com os smartphones e tablets.
Entretanto, jogar em uma tela de toque nem sempre é o mais adequado. Alguns estilos até tentam trazer controles eficientes na tela, mas substituir a eficiência de um joystick físico ainda é uma tarefa quase impossível; principalmente em games de corrida e de acção, por exemplo.
É claro que existem inúmeras alternativas no mercado para tentar resolver esse problema, desde joysticks conectados fisicamente aos aparelhos até modelos conectados via Bluetooth. Algumas iniciativas funcionam bem, mas a grande maioria ainda decepciona por não oferecer os mesmos recursos que um joystick tradicional.
Agora, a NVIDIA, a maior fabricante de chips gráficos do mundo, está apresentando o Shield: um console portátil que traz o melhor dos dois mundos. Ele possui uma tela de cinco polegadas, controles físicos completos e trabalha com o sistema operacional Android. A máquina tem força bruta e chega com uma biblioteca de jogos enorme. Além disso, ele pode fazer streaming de jogos directamente do PC.
A proposta é similar — em alguns aspectos — ao Ouya, o console Android que leva os jogos móveis para a sua TV.
Especificações
Design e ergonomia
O Shield é grande. Se for para fazer uma comparação, é como se fosse a mistura de um controle de Xbox 360 com um Nintendo 3DS. Isso faz com que o formato concha deixe a tela menor que o controle em termos de largura: algo necessário para que ela possa encaixar perfeitamente quando fechada.
Quando a tampa está levantada, a primeira impressão é a de que a tela não “encaixa” perfeitamente no conjunto, pois ela é mais estreita que o corpo do controle, não apresentando a mesma naturalidade do Nintendo DS, por exemplo. Alguns diriam que o desenho do console lembra uma “torradeira”.
Quando a tampa está fechada, o Shield ganha um aspecto um pouco mais agradável aos olhos.
Apesar de apresentar um desenho interessante, o Shield não foi concebido exactamente para ser visto, mas para ser segurado. Toda a estranheza causada pelo primeiro contrato visual com o aparelho desaparece completamente quando finalmente colocamos as mãos nele.
As curvas do dispositivo se adaptam perfeitamente às mãos, fazendo com que o peso relativamente considerável do gadget (mais de 500 gramas) seja bem distribuído e não se torne cansativo.
Diversos factores podem fazer do Shield o portátil mais confortável de todos, pelo menos entre os disponíveis no mercado. Além de ele trazer o formato já tradicional dos joysticks de consoles, os botões e direccionais também são grandes, completos e bem posicionados, não exigindo que você faça malabarismos para equilibrar o console nas mãos enquanto joga: algo que os consoles portáteis tradicionais abrem mão em prol do design.